Algumas frases retiradas das sessões



Algumas frases retiradas das sessões


"Eu sei o que preciso de fazer para me portar bem, mas não consigo" (C.15 anos); "Eu não sei fazer nada" (N. 8 anos); "Esta semana não me correu bem...é a escola..." (F. 14 anos); "Não gosto daquela professora!Ela chateia-me e eu respondo!" (R. 13 anos); "Quando ouço a professora a dizer que alguém vai ler, o meu coração começa logo a bater" (D. 16 anos); "Os meus colegas gozam comigo, dizem que sou feia e que não sei falar" (C.10 anos).







segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Transtornos emocionais que se reflectem na escola

           A escola oferece um ambiente propício para a avaliação emocional das crianças e adolescentes por ser um espaço social relativamente fechado, intermediário entre a família e a sociedade. É na escola onde a performance dos alunos pode ser avaliada e onde eles podem ser comparados estatisticamente com os seus pares, com o seu grupo etário e social.  Assim, os professores, com alguma sensibilidade, estão preparados para detectarem problemas cruciais na vida e no desenvolvimento da criança.
            Dentro da sala de aula ocorrem situações significativas, pois as crianças para além de levarem para a escola os seus problemas emocionais, também levam as suas consequências. Assim como por exemplo, uma criança que seja adoptada, poderá exprimir uma depressão; ou uma adolescente, boa aluna, extremamente preocupada com as notas poderá demonstrar a responsabilidade que os pais depositam nela e o grau de exigência por parte dos pais.
            Algumas crianças são mais vulneráveis a transtornos emocionais do que outras. A perda de um dos pais (morte ou divórcio) pode ser vivenciada de diferentes formas em diferentes crianças: enquanto umas encaram esta perda com uma grande angústia, revolta, falta de atenção e uma baixa auto-estima, outras poderão encarar esta situação de uma forma menos perturbadora. Aqui, o professor é um elemento chave para que essas questões possam ser melhor abordadas. O problema varia de acordo com cada etapa da escolarização e, principalmente, de acordo com os traços pessoais de personalidade de cada aluno. De um modo geral, há momentos mais indutores de stress na vida de qualquer criança, como por exemplo, as mudanças de escola, as exigências adaptativas, o nascimento de um irmão, as discussões dos pais ou a simples adaptação à adolescência.
            O aluno que, todos os dias, é rotulado de mal comportado, poderá ser o reflexo de algum transtorno emocional, por vezes vindo de relações familiares conturbadas, de situações traumáticas. Algumas crianças consideram a escola como um refúgio dos problemas familiares e esta atribuição de rótulos apenas agrava ainda mais a situação destas crianças, deixando-as frustradas, o que acaba por contribuir para um baixo rendimento escolar.
            Os professores têm um papel muito importante na sinalização e no encaminhamento destas crianças para os profissionais de saúde, assim como, os pais, também têm um papel de extrema importância no apoio, na atenção, no carinho e na compreensão a dar a estas crianças. Pois, só assim, estas crianças terão uma boa auto-estima, um bom desempenho escolar e comportamentos mais adequados. É necessário que estas crianças deixem de ser criticadas e rotuladas, para passarem a ser ajudadas. A educação é uma parte importante na socialização, no crescimento intelectual e na prevenção da violência.

 Lara Guina

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