Algumas frases retiradas das sessões



Algumas frases retiradas das sessões


"Eu sei o que preciso de fazer para me portar bem, mas não consigo" (C.15 anos); "Eu não sei fazer nada" (N. 8 anos); "Esta semana não me correu bem...é a escola..." (F. 14 anos); "Não gosto daquela professora!Ela chateia-me e eu respondo!" (R. 13 anos); "Quando ouço a professora a dizer que alguém vai ler, o meu coração começa logo a bater" (D. 16 anos); "Os meus colegas gozam comigo, dizem que sou feia e que não sei falar" (C.10 anos).







segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Quando os pais se separam…

             A separação dos pais representa, para uma criança, uma fase marcante da sua vida. Depende muito dos adultos esta fase ser vivida, na mente de cada criança, de forma mais ou menos atribulada.
            Certos pais, depois da separação, conseguem permanecer como um casal no sentido de serem os pais dos seus filhos. Quando isto acontece, as crianças ficam favorecidas. Se os pais querem que os seus filhos sejam felizes, o vínculo filial deve ser preservado independentemente dos laços conjugais.
            A capacidade que as crianças pequenas têm de diferenciar a realidade da fantasia é pequena, de modo que estas podem, na imaginação, sentir-se responsáveis pela separação dos pais. Se os pais puderem continuar a ser amigos e a compartilhar a responsabilidade e o amor pelos filhos, estes passarão a compreender e a acreditar que não são responsáveis pelo término do relacionamento dos pais.
            Se os pais decidem que vão separar-se, as crianças devem ser informadas e não ser apanhadas de surpresa com o facto consumado, como se elas não tivessem importância nenhuma. E não há nenhuma forma agradável para transmitir as más notícias. Más notícias são sempre más notícias. O nível de conversação deve ser adaptado ao desenvolvimento mental das crianças e alguns cuidados podem ser tomados de forma a minimizar os estragos que o conhecimento dessa realidade vai causar.
            Começar pela presença dos dois (pai e mãe) na conversa é importante, para que a crianças possam sentir que a decisão é dos dois e que não há ressentimentos. E que elas são suficientemente importantes para que a notícia lhes seja comunicada «oficialmente».
            Em segundo lugar, o tom da conversa deve ser de tranquilidade, num ambiente calmo. Os pais devem mostrar que não estão satisfeitos com a situação, que sabem que o ideal para as crianças seria ficarem juntos, mas que tal não é possível.
            Em terceiro, a conversa deve ser centrada nas crianças e não nos pais. Sentimentos de ansiedade, angústia, revolta ou ressentimento, sentidos tantas vezes por um ou os dois progenitores, devem ser deixados de fora nesta conversa.
            Por fim, as crianças devem ser reasseguradas do amor dos pais, em conjunto e de cada um deles. É importante que sintam que os pais vão continuar a ser pais, a estar presentes ao seu lado para as ajudar e amar. E deve-lhes ser dito, sem rodeios, que a culpa da separação não é delas.
            É natural que as crianças façam perguntas. Querem saber porquê, quando, como. As respostas devem ser dadas tendo em conta o grau de desenvolvimento da criança, mas sempre de uma forma clara.
            Uma separação nunca é fácil, implica grandes mudanças num determinado momento da vida, mas os pais têm de ter consciência que os seus filhos também sofrem imenso. Nesta fase as crianças precisam de atenção, carinho, amor e de compreensão. É importante que exista uma relação sem conflitos entre os pais, pois torna o crescimento da criança mais saudável.

Lara Guina

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