Algumas frases retiradas das sessões



Algumas frases retiradas das sessões


"Eu sei o que preciso de fazer para me portar bem, mas não consigo" (C.15 anos); "Eu não sei fazer nada" (N. 8 anos); "Esta semana não me correu bem...é a escola..." (F. 14 anos); "Não gosto daquela professora!Ela chateia-me e eu respondo!" (R. 13 anos); "Quando ouço a professora a dizer que alguém vai ler, o meu coração começa logo a bater" (D. 16 anos); "Os meus colegas gozam comigo, dizem que sou feia e que não sei falar" (C.10 anos).







segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

"Fobias: como ultrapassá-las?"

            Desta vez, decidi abordar o tema das fobias devido a um crescente número de pacientes que tenho recebido com esta problemática.
            Os pais referem que os filhos têm vergonha de falar em público ou de se exporem a pessoas conhecidas ou têm medo de alguma coisa em específico (um animal, carros, máquinas). Até chegarem à consulta, os pais, tentam diversas vezes estimular a superação desta problemática, pois a dinâmica familiar sofre alterações, na medida em que a criança/adolescente deixa de participar em actividades ou deixa de conviver com colegas/familiares e isola-se.
            Uma fobia específica pode ser definida como um medo excessivo, constante e não razoável desencadeado pela presença ou antecipação do confronto com a situação ansiógena. As crianças/adolescentes quando confrontados com estes estímulos podem desenvolver um ataque de pânico. Em consulta, facilmente identificam as sensações corporais no momento do pico da ansiedade: aumento do ritmo cardíaco, sudação das mãos, gaguez, falta de ar, tremores, entre outros.
            Nestes casos, a Terapia Cognitivo-Comportamental é a que eu elejo para ajudar os pacientes a superarem estas dificuldades. Depois de uma entrevista clínica, recolho o “onde”, “quando” e “como” se manifesta o comportamento-problema. De seguida, o paciente é convidado a reflectir sobre as sensações, emoções, pensamentos e comportamentos nas situações ansiógenas. O objectivo é desmontar as crenças disfuncionais (ex.: “Eu não vou ler na missa nem fazer o peditório porque os meus colegas vão gozar comigo, vão dizer que sou feia e que não sei falar”) através de uma análise, dando pontos de vista positivos, de forma a criar esquemas adaptativos (ex.: “se eu não fizer o peditório estou a dar importância àqueles colegas que gozam comigo”).
            Assim, em consulta, pretende-se:
            - Relaxar o paciente e trabalhar esta fobia através da imaginação ou, numa fase mais avançada, 
            através de um contacto directo;
            - Criar situações em que o paciente se tem de imaginar nelas e tem de ir    relaxando à medida que o
            nível de ansiedade aumenta;
            - Fazer o paciente perceber que os pensamentos negativos que vêm à cabeça são prejudiciais;
            - Tentar desenvolver estratégias com o paciente para que no dia-a-dia lide  
            melhor com a situação.
            - Aumentar os níveis de auto-estima;
            - Desenvolver a auto-confiança.

            Nestas sessões é feito um trabalho conjunto entre psicoterapeuta e paciente, mas o paciente é quem tem o papel principal, pois tem como trabalho de casa treinar a técnica de relaxamento e tentar aproximar-se da situação ansiógena de forma calma e relaxada, tentando ter sempre pensamentos positivos.

Tema do mês de Março da Sopa de Letras - Academia
Lara Guina

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