Algumas frases retiradas das sessões



Algumas frases retiradas das sessões


"Eu sei o que preciso de fazer para me portar bem, mas não consigo" (C.15 anos); "Eu não sei fazer nada" (N. 8 anos); "Esta semana não me correu bem...é a escola..." (F. 14 anos); "Não gosto daquela professora!Ela chateia-me e eu respondo!" (R. 13 anos); "Quando ouço a professora a dizer que alguém vai ler, o meu coração começa logo a bater" (D. 16 anos); "Os meus colegas gozam comigo, dizem que sou feia e que não sei falar" (C.10 anos).







sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Entrevista ao Jornal Boa Nova

As férias e o regresso às aulas

             Após alguns meses de aulas, as férias são esperadas ansiosamente. Nas vésperas destes dias longos de descanso, o estado de espírito das crianças altera-se. A vontade de arrumar os livros e de partir para os dias de brincadeira, de passeio, de descanso, de convívio com avós….é cada vez maior.
            O primeiro dia de férias é o início da alteração de hábitos e/ou de horários. Neste dia existe a vontade de fazer tudo o que não se pode fazer em tempos de aulas, como por exemplo, ir à praia, piscina, ver as séries televisivas sem terem a pressão do estudo e dos trabalhos de casa, brincar durante mais tempo, adormecer mais tarde, entre muitas outras coisas…Quanto às crianças que ficam em casa com os avós ou outros familiares, cabe a estes educadores, dosearem o tempo que estão a ver televisão (as séries, como os “Morangos com Açúcar” têm a duração diária de 2 horas; os desenhos animados dão durante a manhã), que estão no computador/internet, etc. Este controlo é importante para que não se refugiem em casa, para que participem nas actividades que frequentam durante o ano e para que convivam com outras crianças ou adultos.
            Esta “sede” de férias verifica-se nos primeiros dias, pois com o tempo, as crianças começam a habituar-se. Habituam-se a estar mais tempo em família, a estarem mais relaxados, a desfrutarem mais dos seus brinquedos. Nas vésperas das férias dos pais, a ansiedade volta novamente, pois o desejo de irem a outros sítios, fazerem novas actividades, de se divertirem e a própria ansiedade dos pais em irem de férias, aumenta.
            Nas férias, os pais tentam encontrar uma forma de descontrair, de se abstraírem das preocupações laborais que ainda restam e de se habituarem a uma maior proximidade com a família. Quando pais e filhos estão finalmente habituados aos momentos de convívio e de lazer em família, o regresso a casa custa. A chegada de férias pode provocar momentos de tristeza e melancolia.
            Enquanto que para os adultos, o regresso ao trabalho pode não entusiasmar, para as crianças, o regresso às aulas pode ser uma fonte de alegria e satisfação. O cheiro dos livros novos, o novo material escolar, as brincadeiras com os amigos e as saudades da escola são razões para as crianças ficarem ansiosas pelo início das aulas.
            Com o início das aulas dá-se mais uma alteração do estado de espírito. Os primeiros dias de escola são vividos com uma maior intensidade, motivação e curiosidade. Passadas algumas semanas este encantamento esmorece e a rotina volta a instalar-se.
            A passagem das férias para o início das aulas mexe sempre um pouco com as crianças. A nós, educadores, cabe-nos ajudá-las nestas fases para que não se sintam tristes, angustiadas e como uma “sensação estranha” (como elas costumam dizer).
           
 Psicóloga Clínica – Dr.ª Lara Guina

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Sobredotação - uma mais valia ou uma perturbação?

            A motivação, interesse, criatividade e inteligência acima da média esperada para a idade cronológica de uma criança/adolescente são algumas das características de crianças/adolescentes sobredotados. Os sobredotados apresentam um Quociente de Inteligência acima da média, atribuindo-se importância a valores superiores a 120, sendo a média de 90 a 109.
            Para os que rodeiam um sobredotado, este é visto como alguém que é excelente numa só área ou em várias em simultâneo, obtendo boas notas nos testes de avaliação e não apresentando (aparentemente) dificuldades nos conteúdos leccionados. Mas na realidade não é bem assim. A sobredotação está classificada como uma perturbação da inteligência e pode não ser uma mais valia, como frequentemente se ouve dizer. Um sobredotado tem muitas capacidades, mas também poderá revelar algumas dificuldades, tais como: excessiva atitude crítica, vulnerabilidade à rejeição dos outros, baixa resistência à frustração, a oposição a qualquer espécie de orientação, revolta por pressão dos adultos ou a inadaptação ao infantário ou escola.
            Quando estas dificuldades interferem negativamente no contexto escolar, podemos estar perante uma dessincronia entre a inteligência e a afectividade que impossibilita um aceleramento curricular (transitar do 1º ano para o 3º, por exemplo).
            O contexto familiar tem um papel fulcral na vida dos sobredotados, pois normalmente centra-se muito na criança, estimula-a muito, o que pode ser propício à sobredotação. O desenvolvimento emocional/afectivo destas crianças também é muito importante, desenvolvendo-se melhor no seio de uma família que lhe dê afecto, compreensão e ternura. As capacidades intelectuais não anulam uma necessidade de estimulação da maturidade (emocional e afectiva) da criança.
            Para estas crianças/adolescentes, a escola pode ser uma fonte de motivação, uma vez que satisfaz a sua “sede” pelo saber e a sua curiosidade intelectual. Mas, também se poderá vir a tornar num espaço frustrante e desadequado, caso as suas necessidades não sejam atendidas.
            Os sobredotados possuem necessidades educativas próprias e específicas, o que significa que devem ter um ensino personalizado. O desenvolvimento deverá ser sempre promovido para evitar desmotivação, desinteresse, frustração e, principalmente mal-estar psicológico (ansiedade ou depressão, por exemplo).

Lara Guina
Psicóloga Clínica

Tema do mês nos seguintes locais:
- Mentes Dotadas - Academia
- Sopa de Letras - Academia
- Peroneo - Centro Terapêutico

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Crianças Hiperactivas

           Hiperactividade ou incapacidade de estar quieto é um dos muitos problemas com que pais e professores muitas vezes se debatem no seu dia a dia. As crianças não sossegam um minuto e têm dificuldade em permanecer no seu lugar, tendo uma actividade motora excessiva, parecendo “ligadas à corrente". Movimentam excessivamente as mãos e os pés enquanto estão sentadas, levantam-se durante a aula, correm e saltam excessivamente em situações que é inadequado fazê-lo, falam excessivamente e apresentam impulsividade.
            Assim, consequentemente, estas crianças podem apresentar também um défice de atenção. Não prestam atenção suficiente aos pormenores ou cometem erros nas tarefas escolares, dificuldade em manterem a atenção em actividades, não seguem as instruções do professor e não terminam as tarefas escolares, distraem-se muito facilmente e têm muitos esquecimentos. Tudo isto acaba por comprometer o sucesso escolar das crianças.
            Ser pai ou mãe é, geralmente, uma tarefa difícil, mas quando se trata de um filho com hiperactividade e com défice de atenção, requer ainda mais paciência, prática e habilidade enquanto educador. É importante que os pais destas crianças mostrem que as amam e que as apoiam, de forma a ganharem auto-confiança e auto-estima. Também poderá ser positivo criar boas expectativas, focando-se apenas nas coisas boas que as crianças fazem. Os pais devem rodear-se de amigos que dêem valor e que apreciem as qualidades da criança e que compreendam que o seu comportamento não é causado por falta de disciplina ou por má educação. Para que os pais consigam aumentar os comportamentos desejados na criança deverão recorrer ao reforço positivo e ao reforço negativo (retirar algo que a criança gosta muito – televisão, computador).
            A escola também assume um papel muito importante nestes casos. O processo ensino-aprendizagem deve estar organizado em função das necessidades do aluno, tendo em conta as suas vivências e experiências. Este deve ser delineado procurando desenvolver a capacidade de observação, atenção, memória, calma, concentração, autonomia pessoal e social e de socialização. A criança deve ainda, se possível frequentar uma actividade (judo, yoga, etc.) extra-escolar, de forma a complementar a aprendizagem das matérias escolares e a utilizar toda a sua energia de forma proveitosa.
            Assim sendo, o sucesso da criança hiperactiva depende de todos os membros da família e da escola, e cada um deve dar a sua contribuição.

Tema do mês da Sopa de Letras - Academia e da Mentes Dotadas - Academia

terça-feira, 5 de abril de 2011

Ocupação de Tempos Livres

As férias da Páscoa estão a chegar!
Está preocupado porque não tem onde deixar o seu filho enquanto vai trabalhar?
Nestes dias de férias costuma andar mais stressado por causa dos horários?
Venha ter connosco. Nós ajudamos. Ficamos com o seu filho até regressar do trabalho.
Temos actividades diveritidas para os mais novos!

Mentes Dotadas - Academia na Tocha (em frente à EB 2/3 da Tocha)

O que é a Perturbação Obsessivo-Compulsiva?

             Qualquer criança ou adulto pode vir a desenvolver esta psicopatologia.
            As características essenciais da Perturbação Obsessivo-Compulsiva são as Obsessões ou as Compulsões, recorrentes, que são suficientemente intensas e ocupam uma parte do tempo dos doentes (mais de uma hora por dia) ou que causam forte mal-estar ou deficiência significativa.
            As Obsessões são ideias, pensamentos, impulsos ou imagens persistentes que são experimentados como intrusivos e inapropriados e que causam forte ansiedade ou mal-estar (por exemplo, ficar contaminado por cumprimentar com um aperto de mão, pensar se executou ou não determinado acto, tal como ter ferido alguém num acidente de viação ou ter-se esquecido de trancar a porta da rua, mal-estar intenso quando os objectos estão desordenados ou assimétricos). O doente identifica o conteúdo da obsessão como, estranho, fora do seu controlo e que é um tipo de pensamento que esperaria não ter. Contudo, o sujeito é capaz de reconhecer que as obsessões são produto da sua mente e não lhe são impostas exteriormente (como na inserção de pensamentos).
         As Compulsões são comportamentos repetitivos (por exemplo, lavagens das mãos, ordenações de objectos, verificações) ou actos mentais (por exemplo, rezar, contar, repetir palavras mentalmente), cujo objectivo é evitar ou reduzir a ansiedade ou o mal-estar e não criar prazer ou gratificação. Na maioria dos casos a pessoa sente-se compelida a executar a compulsão para reduzir o mal-estar que acompanha a obsessão ou para evitar a situação ou acontecimentos temidos.
            Os objectivos do acompanhamento psicológico são os seguintes:
- Diminuir os sintomas vegetativos da ansiedade;
- Diminuir a frequência, duração e/ou intensidade dos pensamentos intrusivos;
- Diminuir/banir a realização de compulsões/rituais (podem ficar sintomas residuais, mas a pessoa ao longo das sessões vai adquirindo as estratégias necessárias para lhes fazer frente);
- Eliminar comportamentos de segurança;
- Modificar esquemas relacionados com perigo e com a responsabilidade e treinar competências para prevenir recaídas.

Tema do mês na Sopa de Letras - Academia, por Lara Guina